Conto de Sexo Nacional – Câmera Escondida Flagrou a Traição

Conto de Sexo Nacional – Câmera Escondida Flagrou a Traição

Gustavo colocou uma câmera no cantinho do armário pois já desconfiava de algo. Colocou a câmera pra ligar com sensor de movimento. Sabia que os movimentos teriam lugar naquela tarde: Beatriz não teria sorrido tanto ao acordar, nem saído para caminhar um pouco logo de manhã, nem o teria beijado com tanto carinho no rosto ao vê-lo chegar para o almoço inesperadamente, em pleno dia útil, caso não fosse encontrar o amante que ela negara seis ou sete vezes no último ano.
A cena teve início minutos antes de o casal entrar no quarto. Mostrava a cama de casal vazia, coberta pela colcha com motivos florais que chegava quase até o assoalho. No alto da tela, data e hora também imóveis, enquanto o tempo de gravação corria devagar, segundo a segundo. Pouco depois, uma mosca encobria totalmente a cama de casal, as asas brilhantes contrastando com a mancha escura que dominava a tela, movendo-se ligeiramente, apontando o motivo de a câmera ter começado a gravar enquanto Paulo e Beatriz ainda conversavam no corredor, deixando um rastro de vozes que não se distinguiam na gravação.
Ouvia-se então o barulho da porta sendo aberta e as vozes de Paulo e Beatriz, agora nítidas. A mosca voou.
“Você gosta dele?” – perguntava Paulo, depois de encostar a porta, sentando-se na cama com ar desanimado.
“Muito.” – respondia Beatriz, com firmeza e naturalidade, enquanto contornava a cama para entreabrir a janela e fechar as cortinas. – “Gosto muito dele. Se não gostasse, não teria me casado com ele.”
Paulo, de cabeça baixa, passava as mãos nos cabelos fartos e negros. Parecia aflito. Depois de uma pausa:
“Bia, desculpe dizer isso assim, mas… então, por que você está aqui comigo?”
Beatriz contornava outra vez a cama, na direção de Paulo.
“Uma coisa não tem nada a ver com a outra.” – ela dizia, passando as mãos por sob os cabelos castanhos compridos para tirá-los dos ombros. Sentava-se ao lado de Paulo. – “Você gosta da sua mãe, não gosta? Gosta também da sua filha, e muito, vive falando nela. Então, por que você está aqui comigo?” Virou o rosto para o alto num riso rápido, agudo, marcando o tom provocador com que expressara a comparação.
“Isso é diferente, Bia, pelo amor de Deus!” – disse Paulo, a voz mais alta, a testa morena franzida entre as sobrancelhas grossas, olhando desta vez diretamente para Beatriz. Amainando o semblante, sem desviar os olhos completou, patético:
“Eu te amo.”
“Eu também,” – respondeu ela com displicência – “mas não é diferente, não. Marido não é parente, mas é como se fosse.”
Novo riso, desta vez mais longo; deliciava-se com as palavras. Seu jeito despreocupado, sempre disposto à leveza, era o que havia encantado Paulo desde o princípio. Mas havia também os dentes perfeitos, que se entreviam na gravação, o perfil harmonioso, os seios anunciando-se livres de sutiã por sob a camisa, os quadris bem proporcionados emoldurando-se na calça ligeiramente justa.
Paulo não respondeu, limitou-se a fitá-la demoradamente, um misto de afeto, desejo e distância nos olhos negros.
“Tem outra coisa, Pablito.” – ela disse ainda sorrindo,
mas desta vez a sério. – “Eu sei (e você também sabe) que você só fica comigo porque eu sou casada. Se eu não fosse casada, ou se me separasse, o seu tesão por mim desapareceria. Você
continuaria a gostar de mim, mas sem tesão.”
Paulo reagiu:
“Falando assim, você me faz sentir um cafajeste.”
“Você não é cafajeste. Se afastou do Gustavo para não ter que fingir de bom amigo, está comigo porque gosta de mim.”
– ela passou a mão direita no rosto de Paulo, mão suave e bem desenhada; ele fechou os olhos. – “Mas você gosta de pensar que eu sou casada, e que mesmo assim estou desabotoando minha camisa, e pegando sua mão, e cobrindo meu seio com a sua mão; você gosta de sentir meu mamilo endurecendo na palma da sua mão, gosta de pensar que não poderia estar fazendo isso.”
Ouvia-se a voz nítida de Beatriz como se ela narrasse, à distância, o que se via na gravação.
“Você gosta de sentir minha mão no teu rosto, avançando até a sua nuca e desmanchando o seu cabelo, mas gosta mais ainda de saber que essa mão tem uma aliança de ouro no dedo anular, você se arrepia todo quando essa aliança esbarra na tua pele, quando sente no seu pescoço o frio da aliança que me consagrou a outro, e que agora está enfiada no seu cabelo como se não fosse nada, como se não importasse diante de você.
Mas importa, importa muito, e você sabe disso; que graça teria escorregar sua mão pela minha barriga e desabotoar minha calça jeans se eu não fosse casada? Baixar o zíper devagarzinho… Você poderia desabotoar a calça jeans de muitas outras mulheres, não teria importância, mas desabotoar a minha calça e passar os dedos sob o elástico da minha calcinha você não pode, não é certo você sentir meus pelinhos roçando de leve as costas dos seus dedos.”
Via-se Beatriz deitar-se na cama e levantar um pouco os quadris, deixando passar a cintura da calça por eles, sob as mãos enérgicas de Paulo, enquanto soltava com as pontas dos pés os sapatos sem fivelas. A seguir, ele tirava a camisa, sem o mesmo cuidado que tivera com a calça de Beatriz, e desafivelava o cinto.
Sob a calça social, notava-se já uma ereção.
“É ofensivo você se excitar com uma mulher casada, sabia?” – ela disse, emendando novamente seu risinho rápido e agudo, enquanto pousava a mão sobre o membro de Paulo por sobre a calça. Ele deixou cair o tronco sobre a cama, os braços abertos largados com as palmas das mãos viradas para cima.
Beatriz soltava o fecho da calça de Paulo, antes de abrir o zíper abaixou-se para descalçar-lhe os sapatos e meias.
“Tem coisas que eu não faço com o meu marido.” – dizia Beatriz, puxando juntas a calça e a cueca de Paulo. – “Ele já me pediu várias vezes, mas uma esposa tem que se dar ao respeito.” – Segurava o membro ereto de Paulo firmemente com a mão esquerda, escorregando-a devagar para cima e para baixo. Com a mão direita, arranhava suavemente a barriga e a coxa do amante. – “Esse pau duro aqui, por exemplo, não pode de jeito nenhum entrar na minha boca. Eu sei que você me ama, mas não se esqueça que eu sou casada, e que os lábios de uma mulher casada foram feitos para beijar os filhos.”
Via-se Beatriz sorrir e aproximar o rosto do membro de Paulo. Abruptamente, ela pôs a glande na boca, sugando com força; Paulo respirou profundamente. Ela então lhe deu as costas, ajeitando-se na cama: ajoelhou-se, apoiou os quadris nos calcanhares, tirou novamente os cabelos de sobre os ombros.
A gravação mostrava-a inteira, só de calcinha, os seios rijos não muito grandes, um início de barriga, no rosto a excitação sexual mesclada ao divertimento infantil, sorrisos que surgiam e desapareciam como relâmpagos ou impressões passageiras.
Paulo apoiou-se nos cotovelos e escorregou o corpo inteiro para sobre o colchão, o membro excitado agora coberto pelas costas nuas de Beatriz, que acabava de se voltar para ele novamente.
Podia-se vê-la debruçar o corpo sobre os quadris de Paulo, que não se mexia, e olhava para ela como que alucinado; suas palmas dos pés apareciam na gravação excessivamente brancas, em contraste com o tom amarelecido das pernas, entre as quais Beatriz, levemente bronzeada, movia-se agora com o corpo inteiro, avançando e recuando o tronco sobre a virilha de
Paulo, a cabeça levantada em sua direção, a voz:
“Você acha bonito esfregar seu pau duro entre os seios que um dia vão alimentar meus filhos? Acha? Os filhos do meu marido vão sugar esses mamilos que você está esfregando na pontinha do seu pau, que graça teria seu eu fosse tua esposa?
Você não teria coragem de apertar seu pau com os seios que vão alimentar seus filhos, teria?”
“Bia, por favor…” – disse Paulo, ofegante e em vão.
“Não, você não teria, meu amor. Você está esfregando o pau nos meus seios porque você é meu amante, me dá o que o meu marido não quer, ou não pode – porque eu não deixo!” – novamente o risinho curto – “Mas você pode, meu amor, você pode tudo, você é meu amante; já pensou se o meu marido me visse agora?”
O riso saiu particularmente agudo, Beatriz também ofegava. Endireitando o corpo, virou-se e sentou-se na cama, de costas para Paulo, puxou a calcinha dos quadris até os joelhos e descartou-a com movimentos nervosos das pernas. Paulo se ajoelhava na cama, excitadíssimo, beijava-a no pescoço enquanto ela se desincumbia da calcinha.
“Gostosa!”
Beatriz virou-se para ele, beijaram-se demoradamente.
Via-se na gravação o que só poderia ser descrito como uma “guerra de lábios”: ela sugava os lábios de Paulo, tentando prendê-los, ele fazia o mesmo com os lábios de Beatriz. Ambos tentavam impedir que o outro invertesse a inclinação da cabeça.
Estavam abraçados.
“Eu exijo do meu marido que use camisinha para transar comigo.” – ela disse, desvencilhando-se de Paulo e oferecendo o pescoço para ele beijar. Os olhos de Beatriz eram castanhos, brilhavam na direção do armário, os sorrisos-relâmpago indo e vindo no rosto ensolarado. – “Tomo pílula, mas ele não sabe.”
– fechou os olhos, um sorriso prolongado quando ele afastou seus cabelos e começou a beijar-lhe a nuca. – “Só com você eu transo sem camisinha, só o seu pau eu sinto inteiro dentro de mim.”
Paulo tentou fazê-la deitar-se na cama, empurrando-a delicadamente pelos ombros. Beatriz resistiu. Aproximou o rosto do ouvido de Paulo e, com voz muito baixa, quase indistinta na
gravação:
“Sou tua. Aproveita. Me devolve usadinha para o meu marido.”
Em seguida, via-se Beatriz deitar-se e abrir as pernas, e Paulo encaixava-se nela e a penetrava, oscilando entre estocadas vigorosas, movimentos suaves e momentos em que, introduzindo profundamente seu membro em Beatriz, continuava forçando o quadril como se pretendesse ir além do que era anatomicamente possível, permanecendo assim por vários segundos antes de retornar aos movimentos. Ambos ofegavam. Beatriz:
“Eu sou casada, minha aliança está colada nas tuas costas… Eu estou nua debaixo de você, meus seios estão colados no teu peito, meus mamilos durinhos, você me beija e lambe meu rosto quando bem quer… Você se excitou com o meu corpo, agora seu pau está enfiado em mim, entrando e saindo, eu estou e pernas abertas debaixo de você que não é meu marido, sei que você vai me encher de esperma, que vai esvaziar suas bolas dentro de mim… Você está onde não poderia estar, fazendo o que não poderia fazer com quem não poderia deixar você fazer, mas você quer, seu pau está cada vez mais duro e esticado na minha bucetinha bem-comportada de esposa, você quer e eu deixo, e mesmo eu deixando você não poderia, e mesmo assim você continua a meter, vai gozar mesmo assim, vai me encharcar de esperma e depois me deixar para o meu marido, usadinha e contente, ele que fique com os restos, porque essa bucetinha que está para explodir de tanto apertar seu pau agora é tua.”
Ouvia-se o gemido profundo de Beatriz, que inclinava a cabeça para trás enquanto empurrava para cima os quadris de Paulo em espasmos irregulares, as pernas cruzadas na altura dos tornozelos prendendo-o dentro dela, os braços agarrando-o pelo pescoço. Ato contínuo, Paulo contraiu todo o corpo, soltou um gemido grave que foi tendendo ao agudo enquanto seus quadris, também em espasmos, pareciam querer livrar-se de Beatriz, impedidos pelas pernas que ela mantinha firmemente cruzadas. Em seguida, silêncio; os dois abraçados, imóveis, ele ainda sobre ela, e pouco antes de estirar-se a seu lado ele a beijou na boca profundamente.
A gravação continuava com Beatriz e Paulo saindo de quadro, retornando envoltos em toalhas, vestindo-se, conversando e rindo amistosamente, arrumando a cama, trocando selinhos e abraços carinhosos. Depois, outra vez a cama vazia, os motivos florais da colcha certamente respingada substituídos por figuras geométricas em azul, vermelho e amarelo. A mosca não voltou a pousar sobre a lente, pelo menos enquanto Gustavo manteve a gravação rodando, absorto nas formas losangulares da colcha limpa que Beatriz escolhera para substituir a outra.
“Isso não se faz…” – ele pensou, num misto de tristeza e ódio, enquanto assistia pela segunda vez à gravação. Beatriz dormia serenamente no quarto, os cabelos soltos no travesseiro, a respiração suave, as mãos juntas sob o rosto delicado, imagem plena e imaculada de esposa. Na sala, sob a tela de vidro, era outra mulher, não a sua.
“A do Paulo” – sussurrou Gustavo, sentindo um arrepio de espanto.

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